sexta-feira, 24 de junho de 2011



E se eu disser


E se eu disser que te amo assim,
de cara,
sem mais delonga ou tímidos rodeios,
sem nem saber se a confissão te enfara
ou se te apraz o emprego de tais meios?

E se eu disser que sonho com teus seios,
teu ventre,
tuas coxas,
tua clara
maneira de sorrir,
os lábios cheios
da luz que escorre de uma estrela rara?

E se eu disser que à noite não consigo
sequer adormecer porque me agarro
à imagem que de ti em vão persigo?

Pois eis que o digo, amor.
E logo esbarro em tua ausência
essa lâmina exata que me penetra
e fere e sangra e mata.

(Ivan Junqueira)

Nenhum comentário:

Postar um comentário