terça-feira, 12 de abril de 2011
Fim de Jornada
Caminhar ao encontro da noite.
Como o camponês regressa ao lar.
Após um longo dia de verão.
Sem pressa ou cuidado.
Na tarde ouro e cinza.
Sozinho entre os campos lavrados.
E as colinas distantes.
Caminhar, ao encontro da noite.
Sem pressa ou cuidado.
A noite é somente uma pausa de sombra.
Entre um dia e outro dia.
(Helena Kolody)
Ilhas
Somos ilhas no mar desconhecido.
O grande mar nos une e nos separa.
Fala de longe o aceno leve das palmeiras.
Mensagens se alongam nas líquidas veredas.
Cada penhasco é tão sozinho e diferente!
Ninguém consegue partilhar a solidão.
Ilhas no grande mar, aprisionadas,
Apenas o perfil das outras ilhas vemos.
Só Deus conhece nossa exata dimensão...
(Helena Kolody)
Improviso do Amor Perfeito
Naquela nuvem, naquela
Mando-te meu pensamento:
Que Deus se ocupe do vento.
Os sonhos foram sonhados,
E o padecimento aceito.
E onde estás, Amor-Perfeito?
Imensos jardins da insônia,
De um olhar de despedida
Deram flor por toda a vida.
Ai de mim que sobrevivo
Sem o coração no peito,
E Onde estás, Amor-Perfeito?
Longe, longe, atrás do oceano
Que nos meus olhos se alteia,
Entre pálpebras de areia ...
Longe, longe ... Deus te guarde
Sobre o seu lado direito,
Como eu te guardava do outro,
Noite e dia, Amor-Perfeito.
(Cecília Meireles)
A TODOS OS POETAS
A todos vós que um dia pressentistes
os passos alumbrados da poesia
na vossa alma soar — saudoso dia
que mais humanos, graves, e mais tristes
para sempre vos fez... A todos vós
que, amando, o amor sentistes impossível,
que, vendo o mundo, amastes o invisível,
e, ouvindo o canto, ouvistes nele a voz
de um reino imerso em névoa como clara
ilha na solidão... E deslumbrados
as palavras no vácuo erguestes para
reanimá-las e reacendê-las,
a todos vós o céu acolhe, consolados
pela luz da mais casta entre as estrelas.
(Alphonsus de Guimaraens Filho)
Concerto ao amor ausente
Dentro da semi-consciência,
De um sonho dentro do sonho,
Dedilhei com arpa e violino,
A sonata do aconchego...
Declamei amor a vida e orei...
E as notas soltas no ar, eram mágicas
Realizavam o sonho, e tocavam livremente,
Até que se chegue ao fim, para então,
Realizar a sua beleza, da reconstrução...
Sonata da alegria, que toca até o fim.
Com notas que perfumam, a mente, jasmim.
A vida tocada em silabas,
É uma experiência única,
Te trazem alegrias,
Onde a tristeza não tem fim...
Cantiga de um amor completo,
Trazendo a presença amada,
É viver uma eternidade,
Numa simples lembrança,
Te trazem um amor inteiro,
Uma vida sem fim.
Betânia Uchôa
As flores
As flores - ah, as flores!
Elas ficam aí, como alguém as pôs
e não interferem no silêncio da imaginação.
De repente as descubro e me envergonho
de as não ter visto antes.
As flores, elas ficam assim
como quem chegou pelos fundos
e fazem tudo pra nos fazer felizes,
apesar de tudo.
As flores, querida,
são o recado que a gente tentou mandar
e não soube dizer.
(Luiz de Aquino)
As flores - ah, as flores!
Elas ficam aí, como alguém as pôs
e não interferem no silêncio da imaginação.
De repente as descubro e me envergonho
de as não ter visto antes.
As flores, elas ficam assim
como quem chegou pelos fundos
e fazem tudo pra nos fazer felizes,
apesar de tudo.
As flores, querida,
são o recado que a gente tentou mandar
e não soube dizer.
(Luiz de Aquino)
O CAMINHO , ESPERANÇA..SEMPRE ! "O caminho que eu escolhi é o do amor não importam as dores, as angústias nem as decepções que vou ter que encarar, escolhi ser verdadeira. No meu caminho, o abraço é apertado, o aperto de mão é sincero, por isso, não estranhe a minha maneira de sorrir, de te desejar o bem, eu sou aquela pessoa que acredita no bem, que vive no bem e que anseia o bem. Por isso, não estranhe se eu me emocionar com a sua história, se eu chorar junto com você, afinal de contas, somos gente e gente que fez a opção pelo bem. É assim que eu enxergo a vida, e é só assim que eu acredito que valha a pena viver, viver com emoção, com verdade e esperança...sempre." EU ME IMPORTO COM VOCÊ!!!
Não Lamento Do meu passado, de tudo o que provei e não gostei deixo de lado. São tantas coisas! São tantas deixadas no esquecimento! Não lamento não ter conseguido, lamento sim, não ter tentado. Nem tudo o que tentei consegui, nem por isso me considero perdedora, sou vencedora sim, cheguei onde cheguei, aprendi caindo e levantando, aprendi perdendo e ganhando, aprendi sonhando e amando.
Momento
Nenhum sopro de ausência.
Só a paixão Suave de um sol íntimo
No seu ninho verde e alaranjado.
Simplicidade de substância volátil,
Desejo no seu silêncio,
Luxo indolente, frescura de vértebras solares.
Intimidade perfeita
E que demora numa cândida estância.
Tudo se tornou interno neste espaço interior,
Na delícia extrema de um sossego de folhas.
O que era fugaz converteu-se em tempo enamorado
E em tranquila doçura de hábitos.
Antonio Ramos Rosa
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