A chuva que nos molhaEnquanto a tua bocame dá voltas à cabeça,até perder o norte dos sentidos,alongo-me em cada curvaque os meus jeitos, embora cegos,descobrem rectos no teu corpo.Arrefeço-me no fogoque o teu gozo me oferece,para dilatar o momento,até que o suspirarnos faça perder o ar, doce tortura,em arquejos que se enlaçampenetrantes, de afogado.E, na saliva que nos seca,ninguém vê, dentro de nós,passar a chuva que nos molhaa derramar-se em tanta luz.(Nilson Barcelli)
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