segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A POESIA ESCORRE EM MIM
Ana Lúcia de Mattos Santa Isabel
A poesia escorre em mim ,
Em sangue e fogo.
Escorre em meus olhos , meus lábios ,
Meu sexo.
Dá-me nexo.
Por onde vou, lá vai ela.
Metida. Aparecente.
Deixando rastros.
Vazando abismos.
Piso de fábrica,
Escola pública,
Quarto de doente.
Nada lhe escapa.
E se achega como quem está de passagem.
Disfarçada .
Na luz do dia.
Na lua fria.
Escritório , escrivaninha,
Corredor , academia.
Nada lhe escapa.
Sutil presença .
E onde passo , vai estando, vai ficando.
Se instala.
Sala de aula, palco de aplausos.
Feira, padaria.
Casa de João e Maria .
Se me distraio, lá vem ela.
Provençal. Sorrateira.
Com pés nus e cabeleira.
Ah! A poesia!
Vital café com leite.
Rara , suculenta iguaria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário