sábado, 11 de junho de 2011

Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, nos bares, levanta


os braços, sorri e dispara: ´eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e


todo mundo é meu também´.


No entanto, passado o efeito do uísque com energético e dos beijos


descompromissados, os adeptos da geração ´tribalista´ se dirigem aos


consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e


reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição.


A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu.


Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja é preciso


comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como:


não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc.


Desconhece a delícia de assistir a um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor.


Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser


cuidado por ele, é telefonar só para dizer bom dia, ter uma boa companhia


para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e


receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter ´alguém para amar´.. Somos livres para optarmos! E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento...






Arnaldo Jabor

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