CONFESSO
Confesso que é a ti
que carrego no meu peito
como o amor mais profundo
como a dor do despeito...
Confesso que queria
ligar-te a qualquer momento
para sentir a tua voz
a refrescar-me como o vento.
Confesso que te desejo
muito além do que devia
roubei-te um dia um beijo
um beijo que não me pertencia...
Confesso que vai ser difícil
esquecer esta paixão
no meu porto não podes ancorar
o teu doce coração...
Confesso que na luz do dia
espero um sinal teu...
águia que não passou...
Sol que esmoreceu...
Confesso que de ti fiz poema
Sem me dares autorização...
mas foste tu que me entregas-te
as palavras
na palma da minha mão...
Confesso que o futuro não sei
nem se algum dia irei ser tua
a ti entrego-me em palavras
para fazeres poesia
em minha alma nua...
(Vanda Paz)
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